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domingo, 1 de abril de 2018

Proéxis: Acumular anos a vida ou vida aos anos ?

O nítido aumento da expectativa de vida do brasileiro, segundo o IBGE 74,9 anos, me convida a pensar mais detidamente no processo de envelhecimento, até por conta de minha rotina profissional no trato com o público idoso que recebo no consultório. Não há fórmula para viver bem, entretanto, há algumas metas que nos levam a seguir em frente e que nos possibilita experienciar o avançar da idade de forma mais plena e menos traumática e excludente. Nesta longa relação, cito o que particularmente acho mais importante: 1- Planejamento financeiro, 2- Planejamento familiar e Planejamento Espiritual. Isso requer maior cuidado com o corpo e com a mente, refletindo na adesão a uma rotina de exercícios, busca por uma alimentação saudável e atividades que estimulem a sociabilização, diversão e novos aprendizados adicionando permanentemente experiencias positivas a essa fase da vida. O habito da boa leitura, viagens e o envolvimento com ações filantrópicas são atividades profiláticas a monotonia, a ociosidade,ao adoecimento e a estagnação espiritual. Como diz Mario Sergio Cortella, um Idoso é uma pessoa com bastante idade, velho é uma pessoa que acha que já sabe, que já conhece e que não precisa mais aprender, podendo ter 20, 40 ou 70 anos de idade.
Dia desses eu, minha esposa e minha sogra dona Meire passeávamos pelas ruas do comercio de Belém, numa manhã ensolarada de julho, pouco antes da chegada da Thaís. Na altura da trav. Frutuoso Guimarães, convidei-as a conhecer um de nossos ícones do período colonial, a Igreja de Nossa Senhora das Mercês, marco do catolicismo em Belém.
Sentamos logo na primeira fileira de cadeiras bem próximo a entrada do templo. O ambiente silencioso, combinado a fraca luminosidade, quase exclusiva do sol que vazava suavemente em tons multicoloridos através dos vitrais, produzia um clima de mistério ante as seculares tradições católicas.
Quase não havia ninguém, alguns fiéis se prostravam de joelhos em oração ou em pé diante das imagens exibidas nas paredes laterais da Igreja. Chamava a atenção uma estátua de Jesus com cabelos segurando uma enorme cruz.
Por algum tempo permanecemos calados e apenas nossos olhos percorriam os detalhes arquitetônicos de Landi em estilo tipicamente Barroco. Absorvido por aquele ambiente de quase três séculos, lembrei-me de uma lenda bastante conhecida entre os belenenses: A menina da vassoura.
A lenda fala de uma menina que ao tentar bater na mãe com uma vassoura, em plena sexta feira da paixão, virou estátua de madeira. Conta-se ainda que a estátua ficou em exposição por muitos anos na Igreja de Santo Alexandre, hoje, Museu de Arte Sacra.
Contei a elas sobre a referida lenda e refletimos sobre seu significado pedagógico no imaginário infantil. Daí, aproveitamos aquele clima místico, tão propício a meditação, e aprofundamos a reflexão sobre o valor das lendas, fábulas, historinhas e contos de fadas na criação dos filhos.
Dona Meire posicionou-se contrária a ideia de utilizar esse recurso, como elemento pedagógico, questionando qual contribuição real, a lenda do papai Noel, por exemplo, traria ao bom e adequado processo de preparação das crianças para a vida adulta?
Bem, nem preciso dizer que, entre um sussurro e outro, nossas vozes começaram a escapar, ecoando baixinho no ambiente, então, educadamente, nos retiramos da Igreja e por assim, finalizamos o acalorado debate.
Notadamente minha infância jamais se dissociou das historias e fábulas. Mas, diferentemente de meus pais, os meus queridos sogros dona Meire e seu João - segundo eles próprios - não utilizaram deste recurso, não houve fábulas, priorizaram os relatos bíblicos como ensinamento na formação do caráter e da moral cristã. Com muita dedicação e amor, transformaram três belas crianças em três adultos maravilhosos; inclusive, por conta disso, não resisti e casei com uma de suas filhas.
Bem, a recente chegada de minha primogênita trouxe de volta a lembrança daquele passeio agradabilíssimo e, principalmente, dos sussurros na Igreja das Mercês.
Vale apena contar histórias aos pequeninos ?
Quem responde é o grande psicólogo infantil Bruno Bettelheim no livro “A Psicanálise dos contos de Fadas”(2002), disponível na internet em arquivo formato pdf. Uma boa litura para este fim de férias escolares.
Coisas de escola

Se tem uma coisa que gosto é de assistir a um bom filme, Ah um filme, que coisa boa. Acabei de assistir um desses que nos faz pensar na vida e no que estamos desenvolvendo no contexto de nossa rotina profissional. O filme para quem tiver curiosidade, chama-se "A língua das mariposas", de José Luis Cuerda (Espanha, 1999).
Este filme me fez lembrar de minha época do ensino fundamental em 1986. Eu encarava 5ª série no Centro Educacional "12 de Outubro", meu primeiro ano em uma Escola particular e obviamente que a rotina era muito mais desafiadora (mais cobranças em casa e na escola, mais tarefas tarefas, mais disciplinas para estudar, etc.), enfim, era um novo mundo assustador.
Tínhamos um professor de matemática chamado Roma que era "o cara", por se destacar dentre os demais, a semelhança do professor Don Gregório do filme. Por outro lado, havia um outro professor de desenho geométrico (DG) que era o oposto, uma personalidade totalmente (....) entre outros adjetivos.
Pois bem, este professor de DG havia dado notas baixas a maioria dos alunos de forma sistemática ao longo do ano, deixando muitos de nós para a prova final, inclusive eu. Dizia ele em tom sarcástico: “Alunos, quem ficar de recuperação vai ficar reprovado, portanto estudem”, e de fato muitos colegas ficaram.
Por sorte me safei da reprovação com a ajuda do cara de matemática, que pacientemente e movido unicamente pelo desejo de ensinar, mostrou-nos um método alternativo para a construção da circunferência o qual eu aprendi. Entretanto, tal método era mais complexo que o método ensinado pelo "estocástico" professor de DG.
Pois bem, parti para o tudo ou nada na prova de DG e utilizei o tal método complexo. Dias depois, ao receber a prova de volta após as correções, estava escrito no canto superior direito a seguinte frase, seguida da nota (que ninguém havia tirado): "Bom método, parabéns!"
“A Língua das Mariposas” é um destes filmes que nos faz crer que a humanidade ainda tem chance e que vale a pena investir prioritariamente e a qualquer custo na educação.
A engrenagem da cidade e a barata casca 

Caminhando pelas ruas do centro comercial de Belém nesta manha nublada do primeiro dia útil de 2017, muitas lojas ainda abriam, trabalhadores informais montavam suas barracas, moradores de rua ainda dormiam nas calçadas e quase não havia transito de veículos, tudo acontecendo num ritmo lento, suave, sem gritos, sem pressa e olha que já passavam das nove horas. De fato hoje a capital do Pará acordara preguiçosa, instigando a nostalgia. Continuei andando e entre passos e pensamentos segui embalado por aquela musiquinha na cachola: “...a barata diz que tem sete saias de filó. É mentira da barata ela tem é uma só... ha, ha, ha, ho, ho, ho, ela tem é uma só .. a barata diz que tem um anel de formatura.. é mentira da barata ela tem é casca dura... há, há, há, ho, ho, ho, ela tem é casca dura”
Belém, 2004.
Deveria ser verão na capital paraense, o mormaço a pino anunciava que dali a pouco ocorreria a saída dos alunos daquela Escola situada na rua Castelo Branco. Assim que eu a avistei, segui apressado em sua direção alcançando-a já próximo a Gentil, dei um olá e segurei sua mão. Quando aquele par de turmalina pousou sobre mim, todas as minhas frases planejadas desapareceram, restando apenas silêncio e sorrisos.
Curiosamente existe uma outra versão dessa história. Segundo relatos de um amigo - diga-se de passagem, não testemunha ocular - eu saí correndo feito doido, atravessando a rua em direção a ela e, ao intercepta-la, quase a matei de susto. Paramos e aproveitamos a sombra de uma árvore onde um passarinho sacana tingiu nossas cabeças com excrementos, fato que contribuiu decisivamente para quebrar o gelo e dar origem ao meu papo de vendedor de carro usado.
E mais outra sobre fotografia

"Ruas? Para onde vamos não precisamos de ruas". Frase do dr Emmett Brown no fim do célebre filme De volta para o futuro.
Prever o futuro é difícil até para os roteiristas de Hollywood que dirá a este reles mortal. Não sei, mas desconfio que vai ser assim...
Semelhante ao que a mãe natureza faz com a vida na Terra, nossa civilização faz com a sociedade, alterando radicalmente posturas, condutas, culturas, costumes, hábitos, atividades, etc. Nesta ciranda de modificações, muitas profissões entram em colápso, sofrem extinção e desaparecem virando pó na história ou se modificam (mutações) e se adaptam as novas demandas, seria o caso, citando um exemplo bem típico, dos motoristas de táxi que tem enfrentando os mototaxis e o Uber.
Pois bem....
Antigamente (bem antigamente), na época dos nossos tátaras, se colocássemos uma câmera fotográfica nas mãos de uma pessoa qualquer, provavelmente ela nem saberia do que se tratasse ou no mínimo, não saberia achar o botão do clic, não saberia onde deveria olhar, o que calibrar, enfim, estaria por fora sobre o manuseio daquele objeto estranho, até porque as câmeras dessa época eram porrudas, pesadas, objetos bem diferentes dos atuais.
Há uns vintes anos, se você colocasse uma câmera fotográficas nas mãos de uma pessoa qualquer, provavelmente, ela saberia encontrar o botão do clic, saberia onde olhar e o que fazer. Mas, dificilmente, obteria um resultado interessante, uma composição bacana, etc. a menos, é claro, que se tratasse de um profissional ou alguém bem acostumado com o negócio.
Daqui a uns vinte anos, se você colocar uma câmera fotográfica nas mãos de uma pessoa qualquer (não estou falando de celular), provavelmente, essa pessoa fará um clic bem interessante, tendo o cuidados no foco, na composição, no enquadramento, entre outros parâmetros, e não serå por conta da sofisticação do equipamento (câmera) mas pela evolução instintiva do olhar do operador.
Isso realmente poderá ocorrer porque o fotógrafo se alimenta de imagem e essa dieta está cada vez mais democrática e acessível a todos. A evolução do usuário comum já está fazendo pressão nos profissionais, que precisam se adaptar as exigências da "mãe natureza", sob pena de serem engolidos pelos clics da pirralhada cujo pipo (chupeta) foi um celular.
Ser pai
Cara, tudo bem que sou um chorão inveterado, lagrimo até com comédias românticas tolas, mas, vou te dizer uma coisa: eita menininha danada pra arrancar lagrimas de mim. A primeira vez foi com o teste de gravidez positivo, a segunda no momento do parto e agora ela vem com essa de me olhar e dizer "pa-plaie" . 
Caramba, sonhei com essa "vozinha", que gostosa, que delicia, ontem foi um daqueles dias abençoados. Não dá para conter a emoção que brota não sei de onde, mas termina com lacrimejamentos. Que coisa louca, hora somos machões, hora nos desmanchamos feito cera ao fogo, seja por pura felicidade ou num momento de dor.

Também aproveito para dizer que hoje faleceu minha tia-avó, dona Guiomar, 101 anos de idade. Ao olhar em seu rosto, vi a expressão de tranquilidade, parecia que estava só descansando. Aquele semblante sereno é raro de se ver, realmente, pertence apenas aqueles que cumpriram plenamente com sua missão existencial, sem procrastinações, sem contrair novas dívidas. Bá, vá em paz minha querida, que seus amparadores lhe recebam com todo carinho e amor que você merece.

Ofereço uma oração já com os olhos marejados e lembrando de sua casa em Icoaraci, com aquele quintalzão repleto de plantas medicinais e um pomar cuidadosamente ancinhado e podado. Lembro das historias que o papai contava para nós quando criança, ao visitá-la. Uma delas dizia existir enterrado no fundo do quintal um baú de navio pirata cheio de moedas antigas, em outras, dizia que aquele quintal era o que restou do paraíso de Adão e Eva.

Papai tinha razão, aquela época era como um paraíso e a sua história de vida, um tesouro enterrado em nossa memória e guardado em nosso coração. Babá, que Deus lhe abençoe e lhe guarde.
As idas e vindas através da luz
Muitas das imagens que eu mais gosto saíram do meu celular. Você gosta de fotografia? Se não gosta nem continue lendo, mas se gosta, antes de responder a pergunta, tente lembrar quantas pessoas você conhece que realmente não gostam de fotografia, incluindo o ato de deixar-se fotografar?
Se você conseguiu lembrar de alguém, provavelmente, essa pessoa nunca manuseou uma câmera fotográfica ou nunca se viu representada numa fotografia.
Que me desculpem os contrários, mas, os amantes da fotografia enxergam o mundo de forma privilegiada. Acho inclusive que vivem mais e de forma mais intensa. Por quê? Essas pessoas exercitam a habilidade de apreciar cada momento e com isso, usufruem da felicidade de recordar e compartilhar suas experiências, emoções e impressões a partir da fotografia, não deixando escapar pequenos detalhes do cotidiano, normalmente despercebidos aos mortais.
Uma foto é muito mais que uma imagem capturada, tem um DNA embutido, uma impressão digital que lhe confere uma identidade, traz a singularidade do autor que eterniza o espaço e o tempo com a mágica de um clic.
Uma foto é a forma mais rápida e eficiente de recordarmos, de revivermos novamente emoções e sensações. A fotografia marca tão eficientemente bem a nossa trajetória neste mundo que, para algumas pessoas a fotografia é a única prova de que estiveram por aqui.
Entretanto, existem alguns mitos que precisam ser quebrados e, o mais importante de todos, em minha opinião, é aquele que diz que uma boa fotografia dependerá da sofisticação do equipamento utilizado. Demorei alguns anos para perceber que o equipamento influencia menos no resultado do que “o olhar” do fotógrafo.
O celular é um poderoso instrumento aos amantes da fotografia, com muitas, muitas vantagens sobre uma DSLR (câmera profissional), superando-a em muitas ocasiões (e detalhes), sobretudo em situações urbanas, pois são as ruas o cenário perfeito para se fazer fotografia realmente original, ou seja, fora do repeteco.
Seu celular é sem sombra de dúvidas a melhor e a mais adequada câmera fotográfica para você produzir aquela foto incrível. Não Acredita? Tudo bem, além do celular você vai precisar para fazer fotos excepcionais, conhecer algumas regrinhas, praticar um bocado e o mais importante: ter aquele "olhar com olhos de ver".
Que tudo que me desejares retorne em dobro a tí.
Já percorremos dois terços das férias (20 de julho de 2017) e parece que foi assim... vrummm !
Pior para quem está trabalhando como eu que só sente o cheiro do verão nos finais de semana. Mas há quem diga que o importante é estar com as contas em dias. Nestes tempos de crise eu até concordo, mas, pensando melhor, todos devem concordar, saúde primeiro depois sim as benesse dos pernas para que te quero.
Mas tenho que reconhecer, mesmo trabalhando, esse julho tem sido um mês de férias (pseudoférias) bastante generoso comigo. Consegui comemorar o primeiro aninho de minha filhinha do jeitinho como desejamos,ou seja, reunindo o máximo de amigos possíveis, conseguimos tomar uns banhos de praias, demos uns rolezinhos na motoca, arriscamos umas pedaladas nas bikes, assistimos a uns bons filmes em casa, visitamos uns parentes distantes, enfim, celebramos a vida com nossos familiares e até saboreamos aquele delicioso filé de filhote com açaí no Veropa, e olha, bem no meio do pitiú. Tem coisa mais Belenense?
Mas é claro que nem tudo têm sido flores, o Universo é como uma balança em perfeito equilíbrio e em sendo assim, infelizmente alguns fatos não foram tão bacanas como gostaríamos. Eventos ocorridos com amigos e eventos ocorridos com amigos de amigos não foram tão legais, chegando ao absurdo grau crítico de recebermos a noticia do suicídio de uma jovem vítima de depressão. Que tipo de situação seria tão dura a ponto de levar uma pessoa a tirar a própria vida? Triste, muito triste, que Deus tenha piedade.
Dizem que as palavras possuem poder, muitos povos antigos do oriente, bem como os Maias e os Astecas na América central possuíam algo em comum: acreditavam que o pensamento é uma forma de energia muito, mais muito poderosa e pouco conhecida. Consequentemente, a pronuncia de uma simples palavra seria capaz de tornar tangível e sob diferentes formas, essa energia, a qual viaja pelo universo instantaneamente, ricocheteando e impregnando lá e cá, aqui e ali e a todo instante.
Que tal uma corrente de pensamentos positivos neste ultimo trecho das férias, para que tudo ocorra bem com nossos planos? Vamos orar pelos nossos amigos - e porque não, pelos pseudo-amigos tambpem (risos). Vamos orar por aqueles que enfrentam alguma situação difícil, que possam superar todos os obstáculos de sua provação. Orar pela amizade antiga que se foi. Aliás, quem já passou por isso sabe, a perda de um velho amigo é um troço amargo, porém, mais ruim ainda é perdê-lo para vicissitudes de um contexto social cuja solução tenha lhe escapado às mãos.
Vamos pedir a Deus proteção pelos que se foram e consolo aos seus entes queridos. Também vamos agradecer a Deus pelas boas oportunidades, pelos objetivos conquistados, pelos planos realizados, pelas expectativas alcançadas, pela saúde de nossos familiares e amigos. Confiar em Deus é sempre um bom caminho e pensar positivamente é fonte de vida e prosperidade e não serei eu quem vai duvidar dos antigos.
Namastê.
O discurso do primeiro aninho
Hoje é um dia muito especial para nós. Foram aproximadamente 40 semanas de expectativas, gratidão e muita imaginação.
Esse foi o último registro do barrigão, no dia seguinte a “piquitita” nascia. Lembro que era uma quinta feira, fazia um fim de tarde lindo, eu estava indo para o trabalho quando fiz essa foto e nós nem imaginávamos que na manhã seguinte seria um outro dia “D” em nossa vida.
Eu deveria sair do plantão exatamente às 7 horas da manhã daquele 15 de julho de 2016. Mas.... sabem aquelas coisas que acontecem e que a razão desconhece? Pois bem, o colega que deveria me render no posto médico, misteriosamente, não compareceu e ainda por cima ficou incomunicável.
Neste dia eu só consegui voltar para casa graças a bondade do Dr. Paulo Roffer que foi me render, após cancelar todos os seus compromissos do dia. Então sai de lá as pressas e suando em bicas, enfrentando aquele trânsito na rodovia BR 316, misteriosamente, mais intenso do que o de costume.
Foram os minutos mais longos da minha vida, a Jô já havia me avisado que a neném estava para nascer, bolsa se rompido, etc e tal, as duas (Jô e sogrinha) estavam no meu aguardo conforme combinado.
A essa altura os papeis tinham se invertido, enquanto o pai dirigia a ponto de ter um infarto, a mãe, sentindo as contrações cada vez mais frequentes, me acalmava pelo telefone.
Ao chegar em casa um taxi nos aguardava, e com a ajuda de nossos vizinhos Roberto e Fernanda, embarcamos no carro com malas e cuias e partimos rumo a maternidade, percorrendo a distancia do Centro de Ananindeua até a maternidade do povo.
Deveria ser assim, pois já havíamos planejado tudo para que a Helena nascesse de parto normal e, o único lugar em que o plano de saúde cobriria tudo era exatamente ali.
Mas....como tudo que é bom e importante não se conquista com facilidade, há que se suar a camisa, ainda tinha mais adrenalina a vista e eis que no meio do caminho o taxi precisou parar para abastecer. Imaginem a minha cara olhando para o motorista.
Finalmente ao chegarmos a maternidade, tive que convencer a atendente de que não poderíamos perder tempo e por conta própria, sentei a Jô em uma cadeira de rodas e a conduzi até a sala de parto.
Após romper com a aquela natural incredulidade da equipe de plantão, acostumados a trabalhos de parto longos, meia hora depois chegava ao mundo Thaís Helena.
Graças a Deus, tudo ocorreu bem, nossa neném nasceu forte e vigorosa, perfeitamente saudável e foi assim que naquela sexta-feira, 15 de julho de 2016 nossa vida mudaria para sempre.
É claro que ainda ocorreram outras tantas surpresas “adrenergicamente misteriosas”, digamos assim, durante a primeira noite na maternidade e, nas primeiras noites já em nossa casa após a alta, mas estas eu conto noutra oportunidade.
Eu e a Jo agradecemos a presença de todos. Vocês direta ou indiretamente fazem parte de nossa historia e por isso estão aqui hoje, em pleno mês de julho, adequando suas viagens de férias para compartilhar conosco esse momento de felicidade.
Muito Obrigado a todos.
O status quo das nossas rotinas cotidianas

Achei que seria divertido (e econômico) eu sair da minha rotina de motorista. Resolvi fazer uma viagem Belém-Mosqueiro de ônibus. De certo modo a experiência foi bem mais divertida (e econômica) do que eu imaginei.
Era pouco mais de sete horas da manhã quando saí de casa com minha velha mochila nas costas rumo ao ponto de ônibus. Percorri o trajeto caminhando sem pressa no intuito de não deixar escapar nenhum detalhe urbano que fosse invisível aos olhos dos motoristas.
Por exemplo, desde a infância eu admiro a imponência daqueles bustos na fachada principal do mercado de São Brás e, sempre que passo por ali, paro uns segundos para olhar. Realmente, eu diria que são touros pra Wall Street nenhuma botar defeito.
Chegando naquela primeira Estação do BRT em frente ao Terminal Rodoviário, pedi informação:
- Amigo, onde fica a parada do ônibus que vai pra Mosqueiro?
- O genérico? Se for o Genérico fica lá.
- Então descubro que a parada do buzão genérico, aquele semelhante aos que rodam entre os bairros da grande Belém, ficava quase em frente à agência dos correios e para minha decepção, eu tinha andado mais que o necessário, passei parada e mais ainda, perdi um ônibus que acabará de sair.
Na parada já se concentrava pelo menos umas 12 pessoas e a cada momento, mais gente chegava. Ao me aproximar, um sujeito de pele avermelhada (sabrecada de sol), cabelo sarará e corte moicano, educadamente, me cede seu lugar no banco.
Bom, para encurtar conversa, eu não conhecia aquele homem, aliás, para falar a verdade nunca o vi antes na vida, mas ele parecia famoso, se comportava como gente famosa, comunicativo e solicito a todo instante, era ninguém menos que o vendedor de jornais do ponto de ônibus.
Perguntei se o próximo ônibus a Mosqueiro demoraria a chegar. O distinto vendedor sorriu dizendo: - Não, mas a viagem... hummm.
Ao meu lado uma moça falava ao celular, falava auto sem se importar se estávamos ouvindo sua conversa. Mais adiante, outras pessoas conversavam sobre assuntos diversos e, à medida que outros iam chegando, sutilmente entravam na conversa, tudo acontecendo de forma natural. Ninguém pedi licença e coisa e tal, bastava chegar, ouvir um pouquinho e já estava habilitado a opinar ou simplesmente rir.
Para espanto meu, a interação entre aquelas pessoas ocorria de forma tão espontânea que comecei a me sentir um intruso, um estranho no ninho, era como fazer parte daquele filme “ O Show de Truman” onde neste caso, eu era o próprio Truman.
Dizia o jornaleiro: - eu preciso de uma mulher trabalhadora, porque minha parte eu faço, sendo preciso trabalho de manhã, de tarde e de noite, 24 horas ligado.
- E tome risada, daí um outro sujeito diz: - eita “mentiroso”.
- E tome risada.
A moça que falava ao celular, desliga o aparelho e sai apressada, nisso, o jornaleiro berra: - Ei, a senhora vai se encontrar com ela em Marituba?
- Sim, vou levar minha mãe para fazer uma ultrasom, mas ela marcou comigo aqui e foi para outro lugar, haja paciência !
- Pega o Marituba lá do outro lado.
- Ok, valeu, tchau.
Será que aquelas pessoas se conheciam? Quem sabe o entrosamento narrado não seria parte da rotina matinal daquelas pessoas? Mas o fato de se encontrarem todos os dias no ponto de ônibus justificaria todo aquele bom humor e entrosamento?
Esse clima de amizade no ponto de ônibus, manifestado por pessoas aparentemente estranhas entre si, contrastou com cenas que vejo todas as manhãs da porta de casa.
Não raro avisto jovens estudantes desembarcam de carros luxuosos como robôs e, uma vez despejados nas portar dos colégios e cursinhos, estes cara pálidas quase não têm a chance de dizerem um “tchau papai”, “até logo mamãe”, pois seus "pais zumbis" também estão mergulhados em suas próprias rotinas, lutando contra o relógio para manterem o Status Quo exigido pelo tecido social do qual todos nós somos reféns.
Sinceramente, foi fantástico ver toda aquele zum-zum-zum matinal vindo de trabalhadores, gente simples, honesta, alegre que se preparava para encarar mais uma jornada de trabalho, sem perder a noção de humanidade e do significado mais profundo por trás de suas rotinas, e o mais legal, vi tudo isso pagando meros cinco reais.
Nossas sete lições no mês de outubro de 2017.

1. Exercício da paciência: Tudo a seu tempo. 
2. Exercício da fé: Mais do que Deus ninguém.
3.Exercício do amor conjugal: Nossa força esta na harmonia.
4. Exercício do desapego material: A vida é nosso bem maior.
5. Exercício da compaixão: Todos merecem um voto de confiança.
6. Exercício do equilíbrio: Situações difíceis são oportunidades.
7. Exercício da gratidão: Sempre haverá pessoas generosas e amigas.


(*) Tivemos nossa casa e nossos pertences destruídos por um carro desgovernado que numa madrugada, a invadiu de forma violentamente brutal. 
A década maravilha

Sempre que possível dou uma navegada na internet em busca de assuntos relacionados a década de oitenta. Busco imagens, vídeos, e textos que tragam à memoria, costumes, objetos, brinquedos, musicas, filmes e tudo o que faça referencia a esse momento na historia de minha vida. Pode-se dizer, portanto, que sou o que muitos denominariam de "oitocentista".

Não poderia ser diferente, nasci em 1974, portanto, eu estava no auge da infância- adolescência durante a década de oitenta.

Dos 7 anos aos 16 anos experimentei tudo que era possível para um garoto pobre, vivendo em Belém, mas, bem relacionado, ou seja, convivendo com colegas de mesma idade que pertenciam a famílias de classe média e alta. E neste quesito, uma das diversões mais marcantes eram sem duvida, os vídeogames.

Não estou sozinho nesta cruzada nostálgica, tem muita gente que como eu, curte os anos 80, haja vista a proliferação de sites relacionados ao tema. 

Cada vez mais, marmanjos resgatam a era dourada de sua infância e as vedetes, na maioria das vezes, são os vídeo games.

Outro dia fique impressionado com a qualidade de alguns documentários especializados no tema, coisa boa mesmo, historias capazes de nos fazer viajar no tempo e sentir o gostinho do que era brincar com o Odyssey e seu arco concorrente, o Atari.

Para gente da minha idade, talvez isto seja um passa tempo nas horas vagas e, considerando a qualidades da programação na TV aberta, o prazer de relembrar a década de oitenta pela internet é um privilégio.

Parece que de algum modo, aqueles brinquedos funcionam como imãs exercendo uma atração magnética irresistível a nossa imaginação e lembranças. Pelo menos comigo, jogar num playstation ou Xbox com seus incríveis jogos de alta resolução e ultra tecnologia não é a mesma coisa que experimentar um "senhor das trevas" ou "enduro". 

Parece que a coisa vai mais além do que bites e computação gráfica, acho que tem haver com uma certa associação oculta entre esses saudosos jogos e toda uma época.

É realmente uma felicidade ter vivido tudo aquilo na década de oitenta, o surgimento dos videogames, porque aquilo não foi uma coisa passada de pai para filho, foi uma coisa que nasceu na minha geração.
Pesque (e pague) uma verdade.
O lamaçal que se escancara ao escrutínio de corações e mentes é composto por múltiplas verdades, cada qual subsidiada por repertórios de discursos pró e contra os rumos da carroça-Brasil.
Diante da avalanche de convicções e opiniões por parte dos "tele" (e) espectadores, muitas das quais, combustível à teorias conspiratórias e idealismos radicais de extrema direita e esquerda, uma verdades vem ao anzol: a esperança de justiça e/ou mudança.
Vemos o que queremos ver, ou, quase sempre, o que podemos ver. Infelizmente a maioria de nós nem vê, ouve apenas, isso quando escuta alguma coisa. Em tempos de "Só surubinha de leve", a maioria de nós encontra-se cega, surda ou ambos.
Quantos anos serão necessários para varrermos do mapa a tradição dos falseadores de verdades nos círculos do poder? Pelo andar da carroça, desconfio que nem meus netos contemplarão tal vislumbre. Pobre de nós, outra verdade no anzol, pesque e pague.
Janelas de Belém
"Belem é um ovo". Esse era o nome de uma comunidade no orkut. Lembram do orkut? Será que ainda existe o orkut? Diz-se que Belém é um ovo porque as pessoas conseguem "misteriosamente" se encontrar na pura casualidade, com certa freqüência, desprezando o extenso espaço geográfico da cidade. Inclusive, creio que pelo menos nove em cada dez belenenses já tiveram essa experiência "mística" e, quem ainda não teve, não se preocupe, logo ira chegar a sua vez.
Mas pensando bem, Belém, não há nada de sobrenatural nisso. Desculpe a franqueza, isso acontece, simplesmente, porque as pessoas freqüentam os mesmos (poucos) lugares, apesar de suas muitas janelas e de sua grandiosidade geográfica e tal.
Sim, Belém tem muitas janelas, umas que dão para um rio na rua e outras que dão para a rua num rio, dependendo da estação climática ou sociocultural de quem a vê.
Eu amo a minha cidade com todo o meu coração e minha alma, mas, essa morena que tanto quero bem, tem dado outras percepções não tão belas assim.
Parece que foi ontem, eu saía de casa, pegava um ônibus e em 30 minutos (no máximo), estava na fila do cine Palácio para assistir alguma estreia e não importava o tamanho da fila, podia virar o quarteirão, fizesse chuva ou sol, cinema era a maior diversão.
Não faz muito tempo, brincávamos de pira e tomávamos banho de chuva na rua. Hoje, a cidade inchou, contudo, paradoxalmente (adoro essa palavra!), a sensação é a de estarmos dentro de uma garrafa. Os anos se passaram, crescemos, mas, a cidade toda ficou confinada no interior de uma garrafa, à deriva, tal qual uma mensagens de marinheiros lançadas ao mar, no nosso caso, no mar de incertezas.
É como se estivéssemos isolados do resto do Brasil. Aqui é outro Brasil, não acham ? Temos as nossas próprias encrencas, nossas birras, sotaques e tudo o mais. Enfim, temos as nossas crises e a deles - do outro Brasil - que se dane, pois como toda "novidade", vai demorar a chegar até aqui.
Ah Belém, Belém que te quero bem, diga-me com quem andas que te direi quem és. Não é assim o ditado? Então, pergunto imaginando as múltiplas respostas: Como sobreviver com segurança e dignidade em tuas entranhas ?
Das tuas janelas olho, observo, espreito, rezo. Olho da calçada, de cima dos edifícios, de dentro do carro. Olho do alto, bem do alto, a bordo de um avião ou do rio navegando num pô-pô-pô.
Em qualquer das situações, não consigo distinguir qual das tuas mazelas é a mais perversa conosco. Seria a violência ? Seria a "imobilidade" urbana? O descaso com teu patrimônio material e/ou imaterial ? Seria o teu crescimento desordenado ou a insanidade perpétua dos teus dirigentes?
Olhar com olhos de ver toda a tua exuberância e complexidade é um desafio alcançado, talvez, apenas, através da janela do nosso ilustre músico Alcyr Guimarães na estrofe:
"... Nem bela e nem formosa,
Cabocla desajeitada e pequenina,
Simples como a beleza de uma rosa,
Mundana que não pertence a ninguém...
Olê, olá Belém, olê, olá Belém..."
Eis o sentimento Belém. Essa jovem de 400 anos tem dessas coisas. Tem ou "já teve"?. Viver em Belém é como um casamento de amor e ódio, onde ambos não se separam jamais.
Pequena ou grande, caótica ou romântica, quente ou aconchegante, cheirosa ou suja, isolada ou integrada, Belém, provavelmente, continuara sendo "um ovo" por mais uns tantos anos, um ovo inserido numa garrafa, uma garrafa que navega, que navega a espera de alguém que a enxergue de uma janela.

Doze conselhos de pai para filho

1. Não fume, isso só provoca prejuízos a saúde.
2. Dirija com prudência, evite vícios e preserve os amigos.
3. Não viva de aparências, gaste apenas o que é possível.Planeje-se financeiramente por toda a vida.
4. Não se meta em negócios arriscados e obscuros, a menos que haja aprovação de teus familiares que te amam.
5. Cuidado com as amizades, diga-me com quem andas que te direi quem és.
6. Estude para ser alguém na vida. Trabalhe, nada vale mais que aquilo conquistado com esforço próprio.
7. Economize para adquirir tuas coisas, não deixe para amanhã o que podes fazer hoje.
8. Desconfie das facilidades, esmola demais o santo desconfia.
9. Não espere pelos outros, faz por ti e Deus ajudará.
10. Viva com dignidade, honre tuas dividas, assuma suas responsabilidades e conclua teus compromissos.
11. Seja honesto em todas as circunstâncias da vida, principalmente consigo mesmo e com tua família.
12. Se tem que expiar que seja com equilíbrio, se tem que brincar, que seja com alegria e, se tem que lutar que seja com determinação e coragem.


A nova geração

A vida realmente nos dá lições diárias, os anos passam e com eles as experiências, os embates, os desafios, os temores, as angustias e alegrias, seja no ambiente de trabalho ou familiar e o dinamismo da família em suas sucessivas fases através do tempo nos remete a reflexões.

Um dia desse eu cochichava sobre o barrigão da Jok, conversando com minha filha de 3 meses intrauterino. De repente aqui estamos, prestes a entrar numa outra fase da dinâmica familiar, tudo acontecendo num ritmo decididamente mais veloz que antigamente.

Na minha época, por exemplo, fui para escola (jardim) só aos 5 anos e veja só, minha pequena grande estrelinha com apenas dois anos incompletos, já distingue algarismos e letras, conta de um a dez, soletra as vogais, reconhece animais e objetos, dança como uma bailarina mirim e imita ginastas com peripécias contorcionistas de tirar meu fôlego, sem contar que fala pelos cotovelos que nem a mãe.

Tenho me policiado quanto a pronunciar palavrões próximo aos ouvidos dessa “esponjinha” que é uma verdadeira bênção em nossa vida. Realmente essa geração de brasileirinhos que já chegaram enfrentando o terror do Zika vírus, são precoces em tudo, são atentos e sofisticados.

Pipo? Negatofe. Chocalhinho? Nananina...eles querem é celular, internet, Netflix e Shopping Center - “Chopi” como diz Helena ao ser perguntada para onde quer ir.

Pois é assim mesmo, dizem os avós, que ao estarem noutra fase, merecidamente só curtem a parte boa da neta, não precisando trocar fraudas, nem exercitar despersuasões com a pequena já aos berros.

Ontem acompanhei a Jok na árdua missão, - diga-se de passagem - em encontrar uma escolinha infantil para a nossa digníssima serelepe. Visitamos pelo menos três estabelecimentos em nosso bairro e um último um pouco mais distante. 

Já no retorno para casa, em meio aos panfletos metodológicos e de aporte financeiro fornecidos pelas escolinhas que visitamos, fiz uma parada estratégica noutro estabelecimento. Estacionei rapidola e entrei... Moço, veja três cartelas de Micronor. 0,35 mg por favor, obrigado !