Este é um espaço predominantemente pessoal e familiar, mas não se limita a esta categoria. Tem como proposta fundamental apresentar pensamentos, relatar experiências, propor discussões, criar novas amizades e consolidar as já existentes.

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sábado, 29 de setembro de 2012

Por que doutor para os médicos?


O hábito social de tratar os médicos de doutro  surgiu em 11 de agosto de 1827 a partir de um decreto assinado por D. Pedro I, ao instituir os primeiros Cursos de Ciências Jurídicas e Sociais. Nessa Lei, consta no artigo 9 o seguinte:

Art. 9.º – Os que frequentarem os cinco anos de qualquer dos Cursos, com aprovação, conseguirão o grau de Bacharéis formados. Haverá também o grau de Doutor, que será conferido àqueles que se habilitarem com os requisitos que se especificarem nos Estatutos, que devem formar-se, e só os que o obtiverem poderão ser escolhidos para Lentes (Lei de 11 de Agosto de 1827)

Dessa forma, o bacharel formado aquela época, em qualquer dos cursos, incluindo Medicina, seriam tratados por doutor, direito assegurado por lei. Em 1889 com a Proclamação da República e o fim do Império, as leis começaram a mudar e essa exigência caiu por terra. Após dois séculos de uso o termo consagrou-se na sociedade, adquirindo um significado distinto do outro termo “doutor”, que designa aquele que cursou pós-graduação strictu senso em nível de doutorado e portanto possui o título acadêmico de doutor..

Sendo assim, trata-se de termos homônimos e não sinônimos, um  passou a ser usado apenas um pronome de tratamento, ou outro, como título acadêmico. Para finalizar a discussão, o Código de Ética Médica, principal guia de conduta e princípios da profissão, não menciona que os médicos devam exigir da sociedade este “benefício”, consequentemente, nenhum médico em sã consciência irá obrigá-lo a tratá-lo como doutor, nem mesmo aqueles que possuem o título acadêmico. Aliás, esta necessidade de auto-afirmação da importância do papel social enquanto profissional, não pertence a classe médica. (Adaptação do texto de  Emerson Wolaniuk, In:  http://www.academiamedica.com.br/por-que-as-pessoas-chamam-os-medicos-de-doutor/)

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Não basta apenas clicar, é preciso envolver-se.

Neste cíclico processo de mudança a chuva lava, leva e escoa o velho hábito e anuncia a chegada de novos olhares.
O ato de escrever com a luz aos poucos vem adquirindo o necessário componente do rigor científico. Obviamente que desde o seu surgimento a fotografia sempre teve muita Ciência por trás de suas múltiplas manifestações. Porém, este conhecimento era escasso e fragmentado, uma consequência direta de sua irmã mais velha: a arte.

Por certo o campo artístico e cultural é rebelde por natureza, pois precisa ser capaz de impedir qualquer regra que limite ou oprima a criatividade e a livre expressão do espirito humano.
Consequentemente, muitos fotógrafos nasceram a partir da tentativa e do erro, cujo aprendizado foi conduzindo pela própria experiência, muitas vezes criada de forma assistemática e predominantemente artesanal.

Em pleno século XXI com a invasão da alta tecnologia dos sistemas digitais, democratizando o registro cotidiano das pessoas comuns a partir da simplificação da técnica fotográfica, frequentemente, ainda nos deparamos com mestres eminentemente artesãos, e não estamos falando de sexagenários, há muitos jovens neste meio.

Vivemos tempos em que o método científico no ensino-aprendizado da fotografia passou a ser considerado e percebido com mais intensidade, seja pela facilidade no acesso as publicações de livros e revistas especializadas sobre o assunto, que crescem exponencialmente, seja no planejamento e execução de cursos e oficinas por parte de instrutores qualificados, possuidores de competências e habilidades mínimas necessárias a boa formação de seus pupilos.

De fato somos uma geração privilegiada de aprendizes, testemunhamos um processo histórico de transição e de mudança de pensamento na transmissão do conhecimento em fotografia. Fugir do lugar comum e conquistar  uma imagem verdadeiramente criativa e cativante tem se tornado um desafio cada vez mais difícil aos meros curiosos. Hoje em dia por trás do visor da câmera fotográfica não basta apenas o talento, a criatividade e a arte, é preciso que haja Ciência.




domingo, 2 de setembro de 2012

De volta para o futuro

Uma aventura que marcou toda uma geração. O enredo era cativante, o cientista Dr. Emmett Brown cria a máquina do tempo em forma de carro e envolve o jovem Marty McFly em grandes apuros no passado de 1955. A trilha sonora é outro show sem igual. Lembro que o filme estreou em Belém em fevereiro de 1986 no cine Palácio e lógico que eu estava na estreia. Por muitos dias este filme formou fila gigantesca, que contornava o quarteirão do cinema. Alguns anos depois, o episódio 2 viria a retratar o futuro de 2015, uma época onde os carros voavam, os skats não tinham rodas e deslizavam no ar e os tênis possuíam mecanismos infláveis de acomodação para os pés. Contudo, curiosamente, não havia celulares nas mãos das pessoas.

Aqueles foram tempos aureos dos cinemas de rua, os quais constituíam uma das poucas, senão a única grande diversão da juventude dos anos 80. Algumas vezes formávamos caravanas para assistir aos filmes em cartaz, foi assim com Os Goones, A história sem fim, Karate Kid, Indiana Jones, entre outros. Depois chegou a febre dos videocassetes e visitar as locadoras de filmes passou a ser rotina.

O privilégio de assistir comendo pipoca na tigela com Baré tuti-frute, esparramados no sofá da sala, traz outras boas lembranças, sobretudo, a feroz disputa que travávamos para ver quem ficaria no melhor lugar, na melhor cadeira com o melhor ângulo de visão, claro que o dono da casa tinha sua poltrona garantida. Se alguém ia ao banheiro perdia o lugar, mas não o filme, pois "o pause" agora estava garantido. O chato mesmo era ter que devolver os títulos no dia seguinte na locadora Vídeo Clube do Pará, uma das primeiras a prestar esse serviço em Belém. Ah Dr. Brown... quisera eu passear pelas dobras do espaço-tempo num Delorean.