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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Dicas de como fotografar como um profissional (6)

Etimologicamente falando fotografar é escrever com a luz, já que a palavra deriva do grego photus (luz), e graphein (grafia, escrita). Obviamente que para nos expressarmos adequadamente através da fotografia, devemos conhecer melhor sua técnica e fundamentos, tal qual acontece com os signos idiomáticos. Então convém conhecer três principais dispositivos que compõem, digamos assim, a anatomia das câmeras fotográficas DSLR.
         Objetivas
         Correspondem a um conjunto de lentes montadas no interior de um barril,dispostas e calculadas com precisão para produzir uma imagem no interior da câmera fotográfica, especificamente na superfície de um sensor eletrônico (no caso das câmeras digitais), ou sobre um filme (no caso das câmeras analógicas). As objetivas fotográficas possuem um elemento importantíssimo para o controle da luminosidade chamado de diafragma.
         Diafragma
         É uma combinação de lâminas metálicas ou de plástico que formam um orifício com graduações para possibilitar diversos tamanhos de aberturas. Juntamente com o obturador, o diafragma controla a quantidade de luz que entra na câmera fotográfica pela objetiva. Um orifício pequeno deixa passar menos luz que um orifício maior. Os diferentes tamanhos de orifícios correspondem a um parâmetro conhecido como f-stop. Então, um diafragma a f.2.8 (Lê-se 2.8 de f-stop) corresponde a uma abertura (orifício) grande, enquanto que f.22 corresponde a uma abertura pequena. Atenção aqui para um detalhe importante que muitos iniciantes confundem; conforme a abertura do diafragma aumente, o número (f). diminui seguindo uma proporção específica.
        A escala dos números f. surgiu a partir de uma abertura padrão teórica que permite a passagem de 10.000 unidades de luz, equivalendo a abertura f.1. Sua área ao ser dividida pela metade (f. ½), reduz a quantidade de luz a uma quarta parte de f.1. Portanto f.1 permite 10.000 unidades de luz e f. ½ permite 2.500 unidades de luz. Para facilitar o manejo dos cálculos da exposição, criou-se valores de abertura intermediários, os quais permitem a passagem da luz em quantidades proporcionalmente intermediárias.
      As objetivas modernas (mais recentes) têm sido construídas com abertura máxima de f.1.2, pois comprovou-se que aberturas abaixo desse valor acabam comprometendo a qualidade final da imagem, gerando profundidade de campo criticamente rasa, prejudicando o foco e outros parâmetros ópticos (trataremos da profundidade de campo em outro momento).
       Obturador
       Enquanto o diafragma regula a entrada de luz pela objetiva a partir da modificação da quantidade dos feixes luminosos, o obturador ajusta o tempo em que essa quantidade de luz entrará na câmera. Este tempo é geralmente muito rápido e quando combinando com a abertura do diafragma, proporciona a "exposição" fotográfica desejada, com infinitas possibilidades de criação e personalização da imagem captada, caracterizando a "presença" do autor na fotografia.
      Câmeras avançadas conseguem abrir e fechar o obturador numa escala de tempo que vai de 30 segundos a 1/8000 segundos, incluindo a função B (bulb) onde o obturador permanece aberto durante o tempo em que se pressiona o botão de disparador.
       Observe que a maior velocidade equivale a oito mil avos de segundo, ou seja, equivale a apenas uma parte das oito mil partes em que foi dividido o intervalo de um segundo, uma velocidade mais rápida que a piscada humana, justificando o porquê algumas pessoas acabam saindo com olhos fechados em certas fotografias. Em resumo o diafragma se situa no interior da objetiva e controla a entrada de luz na câmera, o obturador é um componente da câmera e controla o tempo de exposição da fotografia.
       Ao diminuir a luminosidade pelo diafragma (diminuir o orifício ou aumetar o f-stop), será preciso compensar aumentando o tempo de exposição e vice-versa. Observe que altera-se o diafragma e o obturador, mas permanece constante o "valor de exposição" (EV) que é a quantidade de luz resultante da soma entre diafragma e obturador. Contudo existem situações em que é mandatório a manipulação direta de EV, mas nesse caso, implica alterações concomitantes no obturador e no diafragma de forma automática.
        O EV portanto, corresponde à quantidade de luz necessária em determinada circunstância, para realizar o registro fotométrico adequado. Na maioria das câmeras compactas (amadoras), não é possível controlar o obturador e o diafragma de forma independente, no máximo o que se consegue é alterar os valores de EV, implicando em limitações quanto a exposições criativas, pois essas câmeras são projetadas para simplificar todo o processo, pois se destinam a uso popular. Tem como principal vantagem realizar o registro fotográfico de forma prática e sem complicações teórico-metodológicas, mas entre as muitas desvantagem, obtem-se fotogramas com uma escala de exposição limitada, calculada pela própria câmera, daí sua denominação mais clássica de “câmeras aponte e dispare”.
       No próximo post sobre este assunto falaremos das possibilidades de se realizar fotos criativas advindas da manipulação do obturador e diafragma.

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